Vivemos assombrados pelo medo da rejeição.

 

A rejeição é vergonhosa, pelo menos é o que a nossa mente nos diz. E por detrás desse sistema da vergonha há um princípio biopsicossocial. Então, vamos lá!

 

Todo mundo já ouviu, “o ser humano é um animal essencialmente social”. Isso significa que está no seu cerne socializar, fazer parte de grupos sociais. E para que isso aconteça o indivíduo precisa ser aceito pelo grupo, pelos outros.

 

Nesse contexto surge a vergonha como um mecanismo de regular nossos comportamentos, de forma a adequá-los diante a situação. O que faz ser aversiva a resposta de rejeição e devido a essa resposta a gente muda o comportamento para tentar uma adequação. É um bem elaborado mecanismo de defesa. 

 

No entanto, apesar da origem e função primordial da vergonha seja adequação, o medo da rejeição ou até mesmo o impacto da rejeição propriamente dita provoca um efeito contrário e o sujeito passa a viver sob o mecanismo de defesa que agora está hipersensibilizado. Então qualquer evento, mínimo que seja, pode ativar o sinal de alerta. O que reflete numa percepção de ameaça indevida em situações que não precisam, ou seja, a reação é desproporcional.

 

Essa é a base do mecanismo biopsicosocial da vergonha. Sente-se vergonha para que nos proteja e evitemos de ser rejeitados, porém quando esse mecanismo acaba tendo um mal funcionamento nos sentimos rejeitados inevitavelmente. 

 

Ser rejeitado também pode ser ressignificado, como você não levou um fora – você selecionou quem não é condizente com seu estilo de vida e visão de mundo. 

O medo de ser ou sentir-se rejeitado é um fator de estresse constante, que acaba por afetar toda a saúde mental. Desregulando a emoção e deixando muito mais sensível a crises de ansiedade.

 

Para melhor equilibrar o mecanismo da vergonha é necessário construir e ter uma boa clareza sobre si-mesmo, ter crenças positivas que reflitam a sua verdadeira identidade, e não a sombra da rejeição.